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Kari Guajajara

Diretora de Parcerias Estratégicas e Advogada

Prática jurídica e ativismo

Kari Guajajara é uma ativista indígena reconhecida internacionalmente. Como advogada, atua na defesa dos direitos dos povos indígenas, no combate à violência de gênero e na proteção do ambiente.

Kari dirige as parcerias do AmazoniAlerta dentro das comunidades e organizações indígenas e trabalha nas ações legais do AmazoniAlerta.

Kari é natural da Terra Indígena Araribóia e pertence ao Povo Guajajara-Tenetehára, que vem sofrendo extensas perdas de seus territórios tradicionais, perdas devastadoras de vidas e rupturas de tradição devido ao contato com os não-indígenas.

 Kari nasceu em Ypaw Myz’ym, que significa “Águas Calmas” – em português, sua aldeia é conhecida como Lagoa Quieta. Kari foi uma das primeiras mulheres indígenas a ingressar em um curso superior na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a primeira indígena a se formar em Direito em seu estado.

Kari discursando no Acampamento Terra Livre 2024 (ATL), realizado em Brasília, Brasil, em abril.

Além de seu papel no AmazoniAlerta, Kari trabalha como assessora jurídica da Rede de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e da Rede de Organizações Indígenas do Maranhão (COAPIMA) e também atua na Comissão de Direitos Indígenas: Acesso à Justiça e Singularidades Processuais – Grupo de Trabalho no Conselho Nacional de Justiça, Brasil (CNJ).

Kari descreve o seu percurso na utilização da lei para defender os direitos dos indígenas:

“O meu trabalho como advogada evoluiu organicamente a partir de quem eu sou e comecei simplesmente a ocupar um espaço onde podia amplificar a minha voz e defender aquilo que nós, povos indígenas, sempre defendemos. Talvez a maior aprendizagem que levarei sempre comigo (do meu povo indígena) seja precisamente a compreensão da nossa existência coletiva. A humanidade perdeu muito disso: as pessoas tornaram-se individualistas e só procuram o poder.”

Qualificações e Formação

Kari é licenciada em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e tem um mestrado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília.

Prêmios

Em 2023, como parte da equipa jurídica da Opi, Kari recebeu um Prémio Innovare, um dos principais prémios jurídicos brasileiros, na categoria Advocacia, pelo avanço do “Acesso à justiça para povos indígenas isolados.”

Kari é uma das primeiras beneficiárias do Prémio do Secretário de Estado dos EUA para Campeões Globais Anti-Racismo 2023 – atribuído em reconhecimento do seu trabalho na promoção dos direitos dos povos indígenas, no combate à violência baseada no género e na proteção do ambiente.

Ivo Macuxi, Cristiane Baré, Kari Guajajara e Maurício Terena (da esquerda para a direita): Advogados indígenas acompanhando a votação do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF).