Eqipe

Jocivaldo Guajajara

Estagiário de Direito

“Entrar no curso de Direito significa que nós, indígenas, não somos tão dependentes dos não-indígenas. Permite-nos ter a nossa autonomia. E acredito que, através dos estudos, essa autonomia só vai crescer.”

– Jocivaldo Guajajara

Jocivaldo é o participante inaugural do programa de bolsas e estágios para estudantes de Direito Indígena do AmazoniAlerta. Ele é estudante do quarto ano de Direito da Faculdade UniBras, mora e estuda no município de Santa Inês, no estado do Maranhão.

 Como estagiário, ele apoia a equipe jurídica em seu trabalho e está focado em aprender sobre a lei em relação aos direitos à terra indígena e à proteção territorial. Para Jocivaldo, a experiência que está adquirindo como estagiário trabalhando com a experiente equipe jurídica do AmazoniAlerta é um complemento poderoso para a busca de seus objetivos: “Essas questões de direitos indígenas, povos isolados, a gente não vê nada disso no curso de Direito”, diz, refletindo sobre uma lacuna no currículo dos cursos de Direito nacionais, que não incluem os Direitos Indígenas como disciplina.

 Quando Jocivaldo começou a se interessar por questões que envolviam os povos indígenas, não demorou muito para que ele considerasse a faculdade de direito como um caminho. Agora, ele é um dos poucos da turma que realmente pensa em exercer a advocacia depois de formado – especialmente em causas indígenas. A longo prazo, pretende trabalhar para apoiar os direitos dos povos indígenas, especialmente no que diz respeito à sua comunidade Guajajara, e contribuir para o movimento indígena em geral.

 “Penso que o fato de entrar no curso de Direito significa que não estamos tão dependentes dos não-indígenas. Permite que a gente tenha a nossa autonomia. Antes, na minha comunidade, por exemplo, tudo era pensado de acordo com o pensamento dos não-indígenas, e hoje a gente tem essa autonomia. E eu acredito que com os estudos, em diferentes áreas, essa autonomia só vai crescer. Da minha aldeia, eu fui a terceira pessoa a entrar na universidade. Agora, temos um número mais significativo de estudantes indígenas.”